quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A ROSA PÚRPURA DO CAIRO: O CINEMA VAI AO CINEMA / O CINEMA VAI À AULA DE TEORIA LITERÁRIA.

Por Rosana Harmuch*, palestrante na última sessão do Diálogos entre a literatura e o cinema.


Como acontece com todas as grandes obras de arte, o filme A rosa púrpura do Cairo (Woody Allen, 1985) também abre várias portas diante daquele(s) que ocupa(m) o lado de cá. Mais um dos inúmeros casos de potencial ‘orgia perpétua’, para usar uma feliz expressão que Mario Vargas Llosa consagrou, ao se referir ao romance Madame Bovary, de Flaubert e consequentemente a todas as obras sobre as quais podemos nos debruçar eternamente. Assim, creio que a sessão de encerramento do Cinemas e Temas fica bem definida se a chamarmos de uma orgia. Acadêmica e intelectual, claro, que não se corra o risco de precisar explicar as sempre escorregantes palavras... Meus agradecimentos, portanto, aos que enfrentaram a intermitente chuva de sábado à tarde para me acompanhar nas duas portas que abri para o filme de Woody Allen: O CINEMA VAI AO CINEMA e O CINEMA VAI À AULA DE TEORIA LITERÁRIA.
Para providenciar água na boca de quem não foi, vale uma ‘olhadinha’ em Top rat (1935), Bancando o Águia (1924) e Abismo de um sonho (1952); uma ‘relidinha’ em Dom Quixote, de Cervantes, Madame Bovary, de Flaubert e O primo Basílio, de Eça de Queirós.

Tudo ao som de Cheek to cheek, na voz de Fred Astaire, de preferência. Se não der, serve na do Frank Sinatra, na da Diana Krall, na da Jane Monheidt, na do Rod Stewart...

* Doutora em estudos literários pela UFPR, professora na graduação e pós-graduação no mestrado em Linguagem, Identidade e SubjetividadeLetras na UEPG.