quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A ROSA PÚRPURA DO CAIRO: O CINEMA VAI AO CINEMA / O CINEMA VAI À AULA DE TEORIA LITERÁRIA.

Por Rosana Harmuch*, palestrante na última sessão do Diálogos entre a literatura e o cinema.


Como acontece com todas as grandes obras de arte, o filme A rosa púrpura do Cairo (Woody Allen, 1985) também abre várias portas diante daquele(s) que ocupa(m) o lado de cá. Mais um dos inúmeros casos de potencial ‘orgia perpétua’, para usar uma feliz expressão que Mario Vargas Llosa consagrou, ao se referir ao romance Madame Bovary, de Flaubert e consequentemente a todas as obras sobre as quais podemos nos debruçar eternamente. Assim, creio que a sessão de encerramento do Cinemas e Temas fica bem definida se a chamarmos de uma orgia. Acadêmica e intelectual, claro, que não se corra o risco de precisar explicar as sempre escorregantes palavras... Meus agradecimentos, portanto, aos que enfrentaram a intermitente chuva de sábado à tarde para me acompanhar nas duas portas que abri para o filme de Woody Allen: O CINEMA VAI AO CINEMA e O CINEMA VAI À AULA DE TEORIA LITERÁRIA.
Para providenciar água na boca de quem não foi, vale uma ‘olhadinha’ em Top rat (1935), Bancando o Águia (1924) e Abismo de um sonho (1952); uma ‘relidinha’ em Dom Quixote, de Cervantes, Madame Bovary, de Flaubert e O primo Basílio, de Eça de Queirós.

Tudo ao som de Cheek to cheek, na voz de Fred Astaire, de preferência. Se não der, serve na do Frank Sinatra, na da Diana Krall, na da Jane Monheidt, na do Rod Stewart...

* Doutora em estudos literários pela UFPR, professora na graduação e pós-graduação no mestrado em Linguagem, Identidade e SubjetividadeLetras na UEPG.

domingo, 14 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

CINEMAS E TEMAS SUGERE...

Pessoal!
Visitem o site da revista Contracampo, uma ótima publicação sobre assuntos relacionados ao cinema.
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Música e cinema: união mais que perfeita

Rosenéia do Rocio Prestes Hauer

Não há como falar em cinema sem direcionarmos nosso pensamento para a trilha sonora. A música no filme diz muito se analisarmos semanticamente de acordo com seus signos sonoros. Atire a primeira pedra quem não lembra de alguma música de algum filme. Dentre os filmes com trilhas sonoras inesquecíveis não podemos deixar de citar Psicose de Alfred Hitchcock. O som estridente dos acordes em Mi bemóis dos violinos ficou cravado na nossa mente. Composta por Bernard Herrmann, a música do filme Psicose, é relativamente simples, com apenas alguns acordes repetitivos Herrmann conseguiu com a famosa cena do chuveiro transformar a música em mais um elemento da narrativa. Mas o que é trilha sonora? Como ela é elaborada? Então, vamos por partes.
Do inglês: Soundtrack significa conjunto sonoro de um filme, mas essa nomenclatura abrange um sentindo mais amplo. Dentro do soudtrack temos então outros termos que revelam estruturas das trilhas sonoras desconhecidas por muitos telespectadores. Temos então as Canções : Interpretadas por cantores ou bandas, encontramos essas canções em grande escala nos desenhos infantis, principalmente os contos de fadas da Disney. O Score é a música original do filme, composta para o filme. Um exemplo clássico de Score é a música Over the Rainbow, trilha sonora do filme O mágico de Oz, ganhadora do Oscar de Melhor Canção Original no ano de 1940, mas que até hoje é regravada, inclusive por cantores brasileiros. Score Track: uma das faixas da composição, isto é, é o exato momento em que a música será tocada na cena do filme. O Source Music, também chamada música diegética, é aquela que as personagens também ouvem, em casa, no carro, etc. Como exemplo uso a cena do restaurante do filme Perfume de Mulher com Al Pacino. Nessa cena, ele dança o tango “Por uma Cabeza”, que é executado pelos músicos do restaurante. E por fim temos o Underscore que é a música incidental que efetivamente acompanha a ação na tela, fica fácil entender se eu citar aqui a lendária cena do chuveiro de Psicose.
A partir desta breve explicação sobre a produção de uma trilha sonora, percebe-se então que nada no cinema é ao acaso, nem mesmo a trilha sonora. Transformar os acordes musicais em unidades semânticas é uma tarefa árdua e que exige grande conhecimento no assunto, principalmente se a música for instrumental. Aí é que o compositor terá que colocar a prova toda sua sensibilidade e conhecimento sobre o enredo da história. Bernard Herrmann, parceiro de Alfred Hitchcock em vários de seus filmes, costumava fazer uma pesquisa intensa sobre o perfil dos personagens antes de compor as trilhas sonoras. No filme Psicose percebe-se isso devido às cenas de silêncio e as cenas de saturação sonora, o que nos remete a dupla personalidade de Norman Bates. E no filme Um Corpo que Cai, ele consegue passar com a música a sensação de tensão e romance ao mesmo tempo. Outros diretores se inspiraram em Hitchcock, queriam dar as cenas de suspense a mesma dramaticidade que em Psicose, é o caso do filme Tubarão (1975), de Steven Spielberg. Ele queria que as cenas de ataque do tubarão tivessem o mesmo impacto “sonoro” que a cena do chuveiro em Psicose. Tanto fez, que basta ouvirmos os acordes graves das cenas em que aparece o tubarão para lembrarmos da cena do assassinato de Marion Crane.
Essa relatividade entre cena/personagem e música, é o fator principal para se compor uma trilha que cause emoção, ou que nos traga a lembrança algum personagem. Temos como exemplo: 007, Batman, Indiana Jones, Missão Impossível , e por aí vai. Você pode até não gostar do filme, mas reconhece nele a diferença que a música fez ou faz. Psicose não seria o mesmo se Bernard Herrmann não tivesse insistido com Alfred Hichcock em colocar música na cena do chuveiro. Nem “Grease; nos tempos da brilhantina”, com John Travolta, não teria feito tantos bailinhos nos anos 80 ficarem mais animados ao som das baladas cinematográficas.
A trilha sonora tem tanta importância para o cinema, que se pararmos para pensar, nem cinema mudo existiu...Basta assistirmos os filmes de Charles Chaplin, pois neles quem fala é a música e é onde se precisa “ouvir” além de “assitir”.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CINEMAS E TEMAS PARTICIPA DA VIII JORNADA CIENTÍFICA DOS CAMPOS GERAIS

O projeto Cinemas e Temas vai participar da VIII Jornada Científica dos Campos Gerais, uma promoção da Faculdade Santana, de Ponta Grossa, a ser realizada entre os dias 27 e 29 de outubro de 2010.
As acadêmicas Celine Aparecida de Matos e Mayara Bueno de Souza irão apresentar seus trabalhos sobre, respectivamente, as relações entre a obra de Machado de Assis e o cinema, e o expressionismo alemão, a partir de um viés ideológico relacionado ao nazismo na Alemanha.
Boa sorte, meninas!

sábado, 16 de outubro de 2010

PROF. FÁBIO STEYER PARTICIPA DE EVENTO NA UFPA


Na próxima semana, mais um evento importante para a equipe do Cinemas e Temas.
O Prof. Fábio Augusto Steyer, coordenador do projeto, será o conferencista de abertura da 18ª Semana de Letras da Universidade Federal do Pará, em Belém.
O tema da palestra será: "Cinema e Literatura: Uma Relação de Diversos "Andares".

FOTOS DO CICLO DE FILMES SOBRE ALFRED HITCHCOCK











quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 - cumpre seu papel


  Parte do elenco, diretor e produtor de Tropa de Elite 2.

Bruno Scuissiatto 

Acompanhei de longe o lançamento de Tropa de Elite II, sentindo a necessidade de assisti-lo o quanto antes, para então poder acompanhar algumas críticas acerca do filme. Tentei ao máximo me distanciar do filme, porém, tarefa praticamente impossível, devido a grande enxurrada de notícias da grande mídia. Como um autêntico ladrão de histórias em quadrinhos, assisti o trailer do longa, ali, imaginei o quanto seria problemático escrever apenas sobre o lançamento e a bilheteria do primeiro final de semana de estreia.
Com desconfiança cheguei ao cinema, depois de ouvir tantas histórias sobre a superlotação das sessões, tive medo de não conseguir ingresso para o Tropa de Elite 2, justamente nestes tempos de correrias que antecipam o final de ano letivo. Adentrando a sala, encontrei facilidade em achar uma poltrona, já que a capacidade da sala tinha no mínimo a metade completada. Bem, vamos aos fatos, ou melhor, ao filme.
O ponto alto de Tropa de Elite 2 (se é que ele permite escolher apenas um) é o tom documental empregado no longa-metragem, que certas vezes chega a confundir o espectador com a mensagem inicial na tela - “uma obra de ficção”. O documentário que tantas vezes prestou um grande serviço ao cinema, parecia ser visto na contramão, quando visto como componente dentro de um cinema comercial. Com Tropa de Elite 2, a equação é invertida, o documental empregado na narrativa fílmica se torna mais verosímil com a própria construção do filme todo. Se por um lado, o longa de Padilha tem essa pertinente relação documental, por outro, as filmagens de grande em várias passagens, somadas aos efeitos especiais (principalmente nas cenas de perseguições áreas), conseguem traduzir uma grande evolução no cinema brasileiro. Aqui, cabe um pequeno comentário, a produção cinematográfica nacional, ao largo dos anos tem produzido significativa obras, seja no campo comercial, documental ou mesmo no mercado de curtas e médias metragens, inclusive somando forças no desenvolvimento no campo das animações, aplicando conceitos, que normalmente assistíamos apenas por intermédio de produções hollywoodianas.
Aqui fica um adendo ao staff de Tropa de Elite 2, que conseguiu enaltecer de forma maravilhosa o trabalho de uma equipe com experiência vitoriosa no cinema brasileiro, após o cinema da reabertura – no caso, Fátima Toledo (preparadora de elenco), Lula Carvalho (diretor de fotografia), Daniel Rezende (montagem) e Bráulio Mantovani (roteirista), todos trabalharam em Cidade de Deus (2001).
Já José Padilha se tornou definitivamente, se ainda existia alguma dúvida, um dos nossos maiores diretores de cinema nacional. Se os devidos créditos pela direção de Tropa de Elite I e II chamam atenção para Padilha em salas de cinema abarrotadas de gente pelo Brasil. Tal reconhecimento não é novo, basta verificar que dentro da filmografia nacional da última década, o diretor foi o responsável por dois grandes documentários – Ônibus 174 (2004) e Garapa (2007). Tão diferentes em sua estrutura, como no próprio caso das produções de Tropa de Elite.
No campo das interpretações, grande destaque pela sequência dos atores que interpretam as ações fundamentais longa. Isso provocou uma forte empatia com o espectador, que encontrou nas narrativas em off do Coronel Nascimento uma recordação adormecida da primeira sequência de Tropa de Elite.
O sucesso do filme não é mera decodificação dos invariáveis acessos proporcionados pelas mídias. A fórmula do filme de Padilha é trabalhar com muitas questões, que passam pelos campos sociais, políticas e familiares.
Fico com a sensação de dever cumprido ao final da sessão de Tropa de Elite 2 enquanto espectador de cinema. Em tempos de produções altamente comerciais, pode-se dizer que o longa-metragem consegue ser comercial e autoral ao mesmo tempo. E isso, é muito bom. 





terça-feira, 5 de outubro de 2010

CICLO DE FILMES SOBRE ALFRED HITCHCOCK

Pessoal!
A data de nosso ciclo de filmes sobre Alfred Hitchcock está próxima (15 e 16 de outubro).
Seguem abaixo algumas informações importantes.

Local de realização:
Pequeno Auditório - Campus central da UEPG.

Inscrições:
Gratuitas, no local, durante o evento.

Certificados:
20 horas para quem tiver 75% de freqüência.

Horários:
Manhã - 8h30min.
Tarde - 13h30min.
Noite - 19h.

sábado, 2 de outubro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O NOVO "BEM AMADO"

POR FÁBIO AUGUSTO STEYER



Confesso que me decepcionei com a versão cinematográfica de "O Bem Amado".
Acaba sendo inevitável a comparação com o original da TV.
Marco Nanini parece querer imitar os trejeitos da interpretação de Paulo Gracindo, o que não funciona e soa extremamente artificial e caricato. O Dirceu Borboleta de Emiliano Queiroz também era muito melhor.
Além disso, a turma de Guel Arraes, que normalmente é impecável nos diálogos e no roteiro, desta vez errou a mão. Os diálogos são pretensiosos, mas óbvios, e o atrelamento da realidade de Sucupira aos acontecimentos da História do Brasil, desde Jânio Quadros até a redemocratização, não funciona como deveria, fazendo do filme um dentre tantos outros que tratam da ditadura. Principalmente para quem não conhece a obra de Dias Gomes e a versão exibida na televisão. Nem de longe temos os excelentes diálogos de Caramuru e Auto da Compadecida, por exemplo. 
Outro "pecado" é a trilha sonora (mesmo com Caetano Veloso no meio). Sente-se falta do ótimo tema musical da série de TV. Mais uma coisa: Marco Nanini, Andréa Beltrão e Tonico Pereira parecem estar rodando um episódio de "A Grande Família", tal a semelhança de suas interpretações com a das personagens da série.
Os acertos: José Wilker como Zeca Diabo, e as cajazeiras Drica Moraes e Zezé Polessa.
No mais, é uma pena que time tão bom tenha errado na dose...  

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CINEMAS E TEMAS ESTÁ NO VII SELISIGNO, NA UEL


Entre os próximos dias 22 e 24 de setembro, o Cinemas e Temas estará muito bem representado no VII SELISIGNO e VIII Simpósio de Leitura, na UEL, em Londrina, Paraná.
As acadêmicas Rosenéia Hauer, Paula Starke e Caroline Wilt Araújo estarão apresentando trabalhos relativos ao projeto no evento.
Boa sorte, gurias!

domingo, 19 de setembro de 2010

OS FAMOSOS E O DUENDE DA MORTE

POR FÁBIO AUGUSTO STEYER

Hoje pela manhã, durante a programação do II Simpósio Internacional Diálogos na Contemporaneidade, na UNIVATES, em Lajeado - RS, tive a oportunidade de participar de debate com o escritor Ismael Caneppele, autor do livro "Os famosos e o duende da morte", cuja adaptação cinematográfica, de mesmo nome, tem arrebatado prêmios e mais prêmios por onde passa, em todo o mundo.
O jovem escritor, na sua fala, instigou a platéia sobre uma série de temas extremamente importantes no mundo contemporâneo. Os prós e contras da internet, com seus "tempos líquidos e espaços fluídicos", a necessidade de rever o conceito de literatura no mundo das novas tecnologias, a importância de o meio acadêmico (no caso, a UNIVATES) dar espaço a um autor que (ainda) não é canônico, etc.
Também assistimos ao filme, certamente a melhor experiência cinematográfica que tive neste ano de 2010.
Não é à toa que ele tem recebido tantos prêmios...
O enredo: um adolescente que mora numa cidade de interior se sente completamente deslocado daquela realidade, de onde quer fugir. Os planos longos e fixos, com lentos movimentos de câmera, a neblina, os silêncios e a opção da direção de fotografia e da trilha sonora do filme dão o tom perfeito para essa opressão. Três gerações se contrapõem: a do adolescente, a da mãe e a dos avós, que vivem todos numa cidade de imigração alemã no interior do Rio Grande do Sul.
É a Lajeado da adolescência de Ismael, como ele mesmo diz, com todas as suas experiências e vivências. Quem é do Vale do Taquari (meu caso) reconhece o "espírito" da região na própria composição da montagem, e também em questões mais óbvias como o típico sotaque dos descendentes de alemães que vivem na região, as locações e a voz de Paulo Rogério, locutor da Rádio Independente, noticiando os falecimentos do dia. Mas o filme poderia se passar em qualquer lugar do mundo. Suas personagens poderiam estar "vivendinho" nos Campos Gerais do Paraná, por exemplo. É universal, tanto na temática quanto na forma com que se utiliza da linguagem cinematográfica para questionar coisas fundamentais do ser humano.
Restam três opções para a personagem principal sair daquele mundo que a oprime: navegar pela internet, sair da cidade pela estrada (atravessar a ponte) ou então se suicidar, na  mesma ponte, que serve de cenário para boa parte do filme...
O belíssimo plano final não nos dá resposta alguma. Especialmente se esperamos uma resposta definitiva.
Resta dizer, conforme afirma o próprio autor do livro, que o mais importante da obra é a seguinte frase:
"Estar perto não é físico."
Será?
Cabe ao leitor refletir.
O certo é que é impossível ficar indiferente a esta magnifíca experiência cinematográfica.
Vou correndo comprar o livro... 

COMEÇA NA PRÓXIMA QUINTA O FESTIVAL DE CINEMA DO RIO DE JANEIRO

CARLOS HELÍ DE ALMEIDA

DO SITE UOL

É com gosto de saudade de um Rio de Janeiro que não existe mais que tem início nessa quinta-feira (23) a 12ª edição do Festival do Rio, que abre com a sessão de gala de “A Suprema Felicidade”, de Arnaldo Jabor. Ambientado na capital fluminense dos anos 50 do século passado, o novo filme do diretor, que põe fim ao jejum de 17 anos do autor de “Eu Sei Que Vou Te Amar”, é a primeira parada de uma volta ao mundo em mais de 300 filmes, vindos de mais de 60 países, e que se estende até o dia 7 de outubro.
Como de hábito, a maratona exigirá fôlego e disponibilidade física e financeira do cinéfilo, que terá à disposição uma programação dividida em 18 mostras, distribuídas por um circuito com 40 pontos, entre cinemas e praças públicas. Além das tradicionais seções Panorama Mundial, Première Brasil, e Première Latina, a edição 2010 apresenta dois novos ciclos: Itinerários Únicos, com filmes sobre artistas plásticos, e a Web Doc, com produções realizadas na web para difusão em TV.
A menina dos olhos do Festival do Rio continua sendo a Panorama, que reúne títulos consagrados nas principais contendas internacionais e produções mais comerciais, em geral com distribuição garantida no circuito. Entre estes estão “Em Qualquer Lugar”, o novo trabalho de Sofia Coppola, vencedor do Leão de Ouro do recém-encerrado Festival de Veneza, “Copia Fiel”, de Abbas Kiarostami, que deu a Juliette Binoche o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes, e “Você Vai Conhecer o Homem de Seus Sonhos”, a nova comédia de Woody Allen.
Mas a grade da Panorama agrega oportunidades únicas, que dificilmente chegarão às salas brasileiras, como “Carlos”, de Olivier Assayas, superprodução com mais de 5 horas de duração sobre o terrorista venezuelano, feita sob encomenda para a TV francesa. Há também “A Woman, a Gun and a Noodle Shop”, do chinês Zhang Yimou, pastiche do western americano dirigido pelo autor de “O Clã das Adagas Voadoras”. O programa será encerrado com a projeção de gala de “Lope”, de Andrucha Waddington, no dia 7 de outubro.
Um ano depois de homenagear os franceses, por ocasião do Ano da França no Brasil, em 2010 o Festival do Rio paga tributo aos hermanos do extremo sul do continente americano. Composta por 18 filmes, a mostra Foco Argentina engloba os mais recentes trabalhos de veteranos como Marcelo Piñeyro (“Viúvas Sempre às Quintas”) e Héctor Olivera (“O Mural”) e de realizadores da nova geração, como Pablo Trapero (“Carancho”) e Daniel Burman (“Dois Irmãos”). Ator fetiche deste último, o uruguaio Daniel Handler contribui com “Norberto Apenas Tarde”.
O israelense Amos Gitai, o francês Bruno Dumont e o polonês Jerzy Skolimowski ganham retrospectivas individuais. De Gitai serão exibidos desde “Golem, o Espírito do Exílio”, realizado em 1992, até o mais recente “Mais Tarde, Você Vai Entender”, lançado em 2008. O ciclo A Humanidade de Acordo Com Bruno Dumont é composta por cinco títulos, entre eles “A Vida de Jesus” e “O Pecado de Hadewijch”. Já a Essential Skolimowski contém também cinco filmes dirigidos pelo grande nome do cinema independente polonês, cuja última cria “Essential Killing”, arrebatou o prêmio de melhor ator (Vincent Gallo) no Festival de Veneza desse ano.
E como festival de cinema nem sempre é feito só com filmes, a maratona carioca criou a exposição fotográfica “Roman Polanski Ator.Diretor”, com imagens da carreira do cineasta de “O Bebê de Rosemary”. Além das fotografias, serão exibidos seis curtas-metragens dirigidos pelo realizador franco-polonês: “Assassinato”, “Dois Homens e Um Guarda Roupa”, “Lâmpada”, “Quando Caem os Anjos”, “Sorriso” e “Vamos Arrombar a Festa”. A exposição ficará em cartaz no Pavilhão do Festival, centro nervoso do evento, na Zona Portuária, até o dia 5, com entrada franca.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MAIS UM EVENTO NESTA SEMANA


Entre os dias 13 e 18 de setembro, o Prof. Fábio Augusto Steyer estará participando do II Simpósio Internacional Diálogos na Contemporaneidade, promoção da UNIVATES, em Lajeado - RS.
O professor irá apresentar dois trabalhos nos GTs do evento: um sobre a violência no cinema contemporâneo, e o outro sobre o conceito de "liber" no contexto atual de narrativas híbridas, e a escassa discussão do assunto nos cursos de Letras brasileiros.
Além disso, vai participar de debate com o escritor Ismael Caneppele, autor de "Os famosos e o duende da morte". O livro virou filme, dirigido por Esmir Filho, super premiado.
Ganhou o troféu Redentor de Melhor Filme de Ficção e o Prêmio Fipresci da Crítica Internacional, ambos no Festival do Rio 2009, além do prêmio de Melhor Diretor Internacional no Festival de Valdívia, no Chile.
Participou do Festival de Locarno, na Suíça, sendo destacado pela Cahiers du Cinema. Ganhou o prêmio de Contribuição Artística em Havana, Cuba, e Melhor Filme no Festival de Punta del Este, Uruguai.
E para fechar com chave de ouro, foi selecionado para a mostra Generation, no último Festival de Berlim.

CLIQUE AQUI E VEJA A PÁGINA DO EVENTO


sábado, 11 de setembro de 2010

FOTOS DA NOSSA PARTICIPAÇÃO NO SEURS 2010, NA UDESC, EM FLORIANÓPOLIS

Entre os dias 07 e 10 de setembro de 2010, o professor Fábio Augusto Steyer e a aluna Amanda Antunes Machado participaram do 28º SEURS, promovido pela UDESC, em Florianópolis. Abaixo, algumas fotos da comitiva da UEPG no evento e também da oficina realizada pelo Cinemas e Temas junto aos participantes do SEURS e alunos de 8ª série da Escola Municipal Vitor Miguel de Souza, de Florianópolis.
Gostaríamos de tornar público o nosso agradecimento a todos os colegas participantes da UEPG, pelo convívio amigo e alegre, e em especial à PROEX, que viabilizou a participação do projeto no evento.






ATENÇÃO - TRAGÉDIA EM FLORIANÓPOLIS -  ATENÇÃO
Durante apresentação do Boi de Mamão, manifestação folclórica do litoral de Santa Catarina, a acadêmica de Letras da UEPG, Juliane Nadal, tem sua cabeça devorada pela Bernúncia.
A cena é chocante!!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

VENCEDORES DO FESTIVAL DE VENEZA 2010

Leão de Ouro

"Somewhere"
(EUA), de Sofia Coppola

Prêmio especial do Júri
"Essential Killing"
(Polônia, Noruega, Hungria, Irlanda), de Jerzy Skolimowski

Leão de Prata para melhor direção
Álex de la Iglesia
"Balada Triste de Trompeta" (Espanha, França)

Copa Volpi para melhor interpretação masculina
Vincent Gallo
"Essential Killing" (Polônia, Noruega, Hungria, Irlanda), de Jerzy Skolimowski

Copa Volpi para melhor interpretação feminina
Ariane Labed
"Attenberg" (Grécia), de Athina Rachel Tsangari

Prêmio Marcello Mastroianni para ator ou atriz revelação
Mila Kunis
"Black Swan" (EUA), de Darren Aronofski

Osella para melhor fotografia
Mikhail Krichman
"Ovsyanki" (Silent Souls), de Aleksei Fedorchenko (Rússia)

Osella para melhor roteiro
Álex de la Iglesia
"Balada Triste de Trompeta" (Espanha, França)

Leão do Futuro - Prêmio Luigi di Laurentiis para melhor primeiro filme
"Cogunluk"
(Majority), de Seren Yüce (Turquia)

MORREU CLAUDE CHABROL, UM DOS MAIORES DIRETORES DA HISTÓRIA DO CINEMA FRANCÊS

O cineasta francês Claude Chabrol morreu neste domingo (12) aos 80 anos, segundo informaram fontes da Prefeitura de Paris citadas pela emissora "France Info".
Chabrol, considerado um dos produtores-chave da cinematografia francesa, nasceu em 24 de junho de 1930, e foi, além de diretor, produtor e crítico do "Cahiers Du Cinéma".
Entre os filmes de Chabrol estão alguns dos mais destacados do cinema francês, como "Beau Serge", "Violette Nozière", "La Cérémonie" e "Merci Pour Le Chocolat".
Em 2009 dirigiu "Bellamy" e suas últimas obras foram dois capítulos de "Au Siècle de Maupassant: Contes et Nouvelles du XIXème Siècle".



FILMOGRAFIA:
1958 Le Beau Serge Nas Garras do Vício

1959 Les cousins Os Primos

1959 À double tour Quem Matou Leda?

1960 Les Bonnes Femmes Mulheres Fáceis Entre Amigas

1961 Les Godelureaux Les Godelureaux

1962 Les sept Péchés capitaux Os Sete Pecados Capitais

1962 L'Oeil du Malin L'Oeil Du Malin

1963 Ophélia Ophélia

1963 Landru Landru, o Barba Azul

1964 Les plus belles escroqueries du monde As Maiores Trapaças do Mundo

1964 Le Tigre aime la chair fraiche O Código é Tigre

1965 Paris vu par... Paris Visto Por...

1965 Marie-Chantal contre docteur Kha A Espiã de Olhos de Ouro Contra o Dr. Chantal

1965 Le Tigre se parfume à la dynamite O Tigre Se Perfuma Com Dinamite

1966 La Ligne de démarcation La Ligne de démarcation

1967 Le Scandale O Escândalo

1967 La Route de Corinthe O Espião De Corinto

1968 Les Biches As Corças

1969 La Femme infidèle A Mulher Infiel

1969 Que la bête meure A Besta Deve Morrer

1970 Le Boucher O Açougueiro

1970 La Rupture Trágica Separação

1971 La Décade prodigieuse Dez Dias Fantásticos

1972 Docteur Popaul Armadilha para um Lobo

1973 Les Noces rouges Amantes Inseparáveis

1974 Nada Nada

1975 Une Partie de plaisir Uma Festa De Prazer

1975 Les innocents aux mains sales Os Inocentes de Mãos Sujas

1976 Les Magiciens Os Mágicos

1976 Folies bourgeoises Vidas em Fogo

1977 Alice ou la Dernière Fugue Alice ou a Última Fuga

1978 Les Liens de sang Laços de Sangue

1978 Violette Nozière Violette

1980 Le Cheval d'orgueil Le Cheval d'orgueil

1982 Les Fantômes du chapelier Os Fantasmas do Chapeleir

1984 Le Sang des autres A Vida Do Próximo

1985 Poulet au vinaigre Frango ao Vinagrete

1986 Inspecteur Lavardin Delegado Lavardin

1987 Masques Masques

1988 Le Cri du hibou O Grito Da Coruja

1989 Une Affaire de femmes Um Assunto de Mulheres Uma Questão de Mulheres

1990 Jours tranquilles à Clichy Dias De Clichy

1990 Docteur M Doutor Mabuse e Seu Destino

1991 Madame Bovary Madame Bovary

1992 Betty Betty, Uma Mulher Sem Passado

1993 L'Œil de Vichy O Círculo Do Ódio

1994 L'Enfer Ciúme - O Inferno do Amor Possessivo

1995 La cérémonie Mulheres Diabólicas

1997 Rien ne va plus Negócios à Parte

1999 Au Coeur du Mensonge No Coração Da Mentira No Coração Da Mentira

2000 Merci pour le chocolat A Teia de Chocolate premio Louis-Delluc

2001 La Comédie de l'innocence

2002 La fleur du mal A Flor Do Mal

2004 La Demoiselle d'honneur A Dama de Honra A Dama de Honor

2006 L'ivresse du pouvoir A Comédia do Poder A Comédia do Poder

2007 La Fille coupée en deux Uma Garota Dividida em Dois


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Os melhores da década no cinema nacional

Bruno Scuissiatto 


Cidade de Deus (2002) do diretor Fernando Meirelles é o número 1 da década.

  
A revista de Cinema Brasileiro entrevistou vários produtores, diretores, realizadores de filmes nacionais, com a seguinte pergunta: quais filmes brasileiros são os mais representativos da década (2000 – 2010).
Relembrando que a escolha dos longas não tem relação com os títulos lançados logo após a reabertura da retomada do cinema nacional. Entre os votantes estão nomes como dos diretores - Carlos Gerbase, Fernando Meirelles, Marcos Jorge, Roberto Farias, Sérgio Machado e dos críticos Jean Claude Bernardet, Pedro Butcher e Jean Thomas Bernardini.
Os 10 mais citados:
Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles
O invasor (2001), de Beto Brant
Cinema, aspirinas e urubus (2005), de Marcelo Gomes
Jogo de cena (2007), de Eduardo Coutinho
Serras da desordem (2006), de Andréa Tonacci
Santiago (2008), de João Moreira Salles
Lavoura arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho
Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz
Edifício Máster (2002), de Eduardo Coutinho
Amarelo manga (2003), de Cláudio Assis
Demais filmes votados:
O ano em que meus país saíram de férias (2006), de Cao Hamburger
O céu de Suely (2006), de Karim Aïnouz
Tropa de elite (2007), de José Padilha
Estamira (2004), de Marcos Prado
Estômago (2007), de Marcos Jorge
O prisioneiro da grade de ferro (2003), de Paulo Sacramento
Filme de amor (2003), de Julio Bressane
Ônibus 174 (2002), de José Padilha
O signo do caos (2003), de Rogério Sganzerla
Crime delicado (2005), de Beto Brant
Bicho de sete cabeças (2001), de Laís Bodanzky
Falsa loura (2008), de Carlos Reichenbach
O Andarilho (2007), de Cao Guimarães
Estorvo (2000), de Ruy Guerra
Nelson Freire (2003), de João Moreira Salles
O homem que copiava (2002), de Jorge Furtado
O cheiro do ralo (2006), de Heitor Dhalia
Eu me lembro (2005), de Edgar Navarro
A concepção (2005), de José Eduardo Belmonte
Cão sem dono (2007), de Beto Brant
Entreatos (2004), de João Moreira Salles
O auto da compadecida (2000), de Guel Arraes
Entre os filme lembrados pela pesquisa chama atenção a presença de dois documentários, Edifício Máster (Eduardo Coutinho), Tropa de elite (José Padilha). Outros destaques são aquelas produções que pouco tiveram espaço dentro das salas de cinema no país, como O céu de Suely ( Karim Aïnouz), O signo do caos (Rogério Sganzerla), Cão sem dono (Beto Brant). Aliás, Brant é o diretor mais lembrado na lista, aparece com três filmes, que são roteiros adaptados de obras literárias nacionais. Fato que comprova a tradição do cinema em dialogar com a literatura, Brant não nega a identidade do contato com Marçal Aquino (O Invasor), Sérgio Santt'Anna (Crime Delicado) e Daniel Galera (Cão sem dono).
Neste sentido de uma produção mais centrada na realização sem os holofotes das salas 3D, estes filmes em sua grande parte nos mostram que é possível um cinema de qualidade sem a presença de um marketing exagerado.