quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Trailer de "Fúria de Titãs

O filme "Fúria de Titãs" será um dos filmes a ser exibido durante o Ciclo sobre Mitologia Grega dentro do projeto Cinemas e Temas da UEPG.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Ilíada e suas repercussões homéricas – Parte II

Aquiles fala com Ulisses.

Paula Starke


Como dito anteriormente, na Ilíada os deuses aparecem como personagens atuantes. Surgem ao lado dos mortais como si mesmos ou disfarçados. No Livro I, além da aparição de Apolo, se pode citar como exemplo a conversa entre Aquiles e Atenéia que, enviada por Hera, persuade o guerreiro a dominar sua ira.

Enquanto Apolo, Ares e Afrodite apóiam os troianos, Atenéia, Hera e Poseidon estão do lado dos gregos; interessavam-se pela guerra como os próprios gregos e troianos. Apesar de saberem que os gregos ganhariam a guerra, os deuses insistiam na intervenção, na esperança do que talvez pudesse mudar.

Esses deuses, portanto, não são descritos como seres mais “evoluídos” em termos de consciência ou sempre imparciais, pelo contrário, existem e atuam à imagem e semelhança dos mortais. São vaidosos, cheios de ódio, enganam uns aos outros e interferem a todo o momento na vida dos mortais visando seu próprio interesse.

Em Fúria de Titãs de Desmond Davis, 1981, alguns deuses como Zeus, Hera e Afrodite são representados e também influenciam na vida dos mortais. Zeus intenciona proteger Perseu, seu filho com a mortal Dânae.

Na mitologia, cronologicamente falando, Agamenon veio depois de Acrísio, já que se tornou rei de Argos cerca de cinco gerações depois de Perseu. Um fato curioso no longa-metragem é o aparecimento do “vilão” da história Cálibos, que seria filho da deusa Tétis. Pelo que se registra, nunca houve tal ser na mitologia. Sabe-se que o conhecido filho de Tétis foi Aquiles, a quem a Ilíada se dedica em grande parte.

Apesar de algumas “falhas” quanto ao que realmente foi registrado pela mitologia, Fúria de Titãs é interessante aos olhos do espectador e apresenta os deuses com descrições semelhantes às de Homero. São ambiciosos, exercem sua influência a todo o momento no destino dos mortais e algumas vezes são até irônicos.

Na Ilíada as descrições dadas por Homero não são uma retratação exata das crenças que dominavam em sua época; ele mistura algumas fases da religião descrevendo os deuses por uma visão “ideal”. Um passado micênico da Europa é mesclado a um presente asiático se tornando uma realidade apenas poética. O que temos então registrado por Homero, são documentos de grande valor quanto à religião, mas incompletos.

Alguns conceitos utilizados na Ilíada não passavam de “inspirações” baseadas no que ocorria na sociedade. É bem possível, através da obra, ter conhecimento de como de desenvolveram as cidades no período arcaico. A assembléia e o conselho são duas organizações essenciais expostas na obra. A assembléia é a convocação de todos os guerreiros por Agamenon, enquanto que o conselho reúne uma elite dos guerreiros mais idosos. A noção de “maioria” é igualmente representada, como quando uma porção de guerreiros vai pedir a Aquiles que retorne a guerra. Esses conceitos existem do mesmo modo no mundo dos deuses; há também uma assembléia entre os imortais. Isso tudo apenas comprova que as instituições divinas são baseadas no que Homero conhecia das instituições humanas.

O que ocorreu, não só na mitologia, foi que os sentimentos conhecidos pelas pessoas uniram-se à noção do divino. O politeísmo é, de fato, uma forma religiosa estritamente conectada ao mito. Esses deuses que, inversamente ao que estamos acostumados a tratar, foram criados à imagem e semelhança dos humanos tornaram-se o fio condutor dos poetas. A partir dessas divindades, as histórias eram traçadas e um novo universo construído. Não é como se o politeísmo não existisse até então, existia, sim, mas os mitos vieram somente a fortificar essa forma religiosa.

É impossível concluir que todos os aspectos transmitidos por Homero em sua obra não foram inspirados no que ele próprio viveu. Talvez seja esse o motivo por qual o poeta fez-se entender tão bem por seus espectadores e tenha sua obra lembrada até hoje.


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Dos cultos Dionisíacos


Um dos símbolos Dionisíacos

Giovan Ferreira


A
os amantes do teatro, aqui se seguem algumas breves asserções acerca do surgimento do teatro trágico, na antiga Grécia. Haverão de se lembrar certamente de Ésquilo, o herói de Maratona e Salamina, das guerras greco-pérsicas. Embora esse ambiente militar se faça presente em algumas de suas peças, devemos voltar um pouco mais no tempo, algo em torno do séc. VIII a.C.

A tragédia grega tem seu berço fixado nos cultos ao deus Dioniso, nos quais a população agradecia pela fartura da terra, do leite, do vinho e do mel. Mas, o mais importante, está propriamente na grande festa que se promovia, no coro tumultuoso em honra ao Deus, envolto em irreverência e imenso lirismo.

Dioniso era o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer. Filho de Zeus e da princesa Semele (filha de Cadmo e Harmonia), foi o único deus filho de uma mortal. Conta a lenda que após a morte da mãe, foi gerado na coxa do pai, sendo posteriormente entregue aos cuidados de sua tia Ino.

Mais tarde foi confiado aos cuidados das Musas e de Sileno, seu professor e tutor. Foi Sileno quem o ensinou a cultura da vinha, a poda dos galhos e a fabricação da bebida. Difundiu entre humanos, além do cultivo da vinha, a agricultura e a arte de extrai o mel.

Diz-se que foi Baco quem primeiro estabeleceu uma escola de música, e que foram a ele destinadas as primeiras representações teatrais. Sendo isso, percebe-se que a mitologia grega não é apenas temática nas tragédias, não apenas uma parte integrante, ela é, antes de tudo, uma mãe da tragédia.

E nessa tragédia, Ésquilo implanta um ator, um herói em confronto iminente com seu destino que, descuidando da vontade dos deuses, faltamente sofrerá as conseqüências.

Infelizmente, de cerca de oitenta peças produzidas, resistiram ao tempo apenas sete relíquias do poeta de Elêusis, são elas: Os Persas(472 a.C.), As Suplicantes (467 a.C.), Os Sete Contra Tebas (463 a.C.), Prometeu Acorrentado (c. 462-459 a.C.) além da única trilogia que nos foi legada, a chamada Orestia (458 a.C), também conhecida por Orestéia. A trilogia apresenta-nos Agamemnon, Coéferas e Eumênides, a saga da família de Orestes. Desta saga, ainda faria parte o drama satírico Proteu, que cedeu ao passar dos séculos.

Portanto, a história se inicia em Agamemnon, com o glorioso retorno do rei a Argos, após a vitória em Troia. Porém, a esposa que lhe aguardava, havia planejado friamente seu assassinato como vingança pela morte da filha Ifigênia, oferecida como sacrifício por seu pai aos deuses para que os gregos vencessem a guerra. Dispondo da ajuda de seu amante Egisto, Clitemnestra põe em prática seus planos, não poupando nem a princesa Cassandra que havia previsto a tragédia.

Coéferas nos apresenta a vingança de Orestes, aconselhado por Apolo, após retornar em segredo do exílio a que foi submetido depois da morte do pai. Após descobrir que a irmã Electra ainda vive, alia-se a ela pedindo sigilo sobre sua chegada. Conjecturam a trajetória a ser traçada para concluir o ato sangrento, matar os assassinos de seu pai e retomar o que era seu por direito, o trono.

Já em Eumênides, o desfecho da trilogia, temos a caçada incessante a Orestes. As Fúrias o perseguiam pelo matricídio, sedentas por justiça. Por intermédio de outro conselho de Apolo, Orestes parte rumo a Atenas, ao encontro do templo de Palas, a deusa da justiça, para então ser julgado. Tendo Apolo como defensor, Orestes é absolvido e pode então voltar à sua terra. As Fúrias, indignadas pela decisão da deusa, sentindo-se ultrajadas, recebem juras de eterno louvor em Atenas, tendo sua sede alentada. A peça finaliza com uma procissão do povo em louvor às filhas da noite.

Segundo conta a tradição, a morte de Ésquilo deu-se quando uma águia, confundindo a sua cabeça calva com uma pedra, deixou cair uma tartaruga com objetivo de partir a carapaça, matando-o.




sábado, 19 de setembro de 2009

Diálogos de Woody Allen com a mitologia

Poderosa Afrodite será um dos filmes exibidos no Cinemas e Temas.


Amanda Antunes Machado




O
cineasta Woody Allen sempre estabelece diálogos com a literatura em suas obras, de maneira mais ou menos acentuada. Seus filmes sempre contam com alguma referência a uma obra ou escritor. Por exemplo, sua comédia Boris Gruchenko (onde homenageia os clássicos russos), é plena de citações não só da literatura russa, mas de várias grandes obras da literatura. Mas as referências literárias de Allen vão mais longe: longe até a antigüidade grega.

Inúmeros são os mitos gregos presentes em nossa cultura. Passados mais de dois mil anos, estes mitos sobreviveram até o nosso tempo graças às obras de poetas e artistas da Grécia antiga que foram preservadas até hoje. É freqüente o resgate dessas lendas na arte e na literatura contemporânea, sendo a mitologia matéria preferida de muitos artistas mesmo no século XX. E assim ocorre também na obra cinematográfica de Woody Allen.

A presença de citações da literatura e mitologia grega é muito freqüente na obra de Allen. A começar pelos nomes dos filmes: temos Mighty Aphrodite, em que a personagem de uma prostituta e atriz de filmes eróticos se chama Afrodite, conforme a deusa grega da beleza e do amor. Além da referência mitológica, há também um interessante diálogo com o estilo do teatro grego clássico: a tragédia. Em certos momentos, um coro trágico aparece intervindo ao enredo.2

Cassandra's Dream é outro filme de Allen com referência mitológica no título. E na trama é também o nome dado ao veleiro que, com muito custo, os dois irmãos protagonistas compram no começo da história. Neste filme a referência central é a personagem mitológica Cassandra, que aparece na Ilíada e tinha o dom da profecia. Por resistir à sedução de Apolo, foi amaldiçoada, para que ninguém mais viesse a acreditar em suas previsões. Podemos relacionar o fato da compra do veleiro, logo no início do filme, como uma anunciação de que algo trágico poderá acontecer (e que, de fato, acontece). No decorrer do enredo também podemos perceber a referência feita à tragédia Medeia, de Eurípedes, no momento em que a namorada de um dos irmãos encena uma peça de teatro.

Outros filmes ainda apresentam elementos claramente apropriados dos relatos mitológicos que chegaram até nós: na comédia Scoop, vemos o personagem Joe Strombel, um jornalista que, morto, segue no barco que o conduz a sua morada de além túmulo e em conversa com outro recém falecido recebe uma informação que pode ser um grande furo jornalístico. Esta é uma clara referência, feita de forma paródica, da descida ao Hades (infernos) conforme a mitologia grega: em dois dos grandes épicos da Antiguidade, Odisséia e Eneida, temos os respectivos heróis Odisseu e Eneias indo até o Hades, a morada dos mortos. Na Divina Comédia, Dante é conduzido na barca de Caronte até o Inferno. Woody Allen retoma esse mito e atualiza de forma cômica, colocando seus mortos num barco a motor, conversando animadamente, enquanto viajam ao seu destino eterno. Mas Allen não foi o primeiro a satirizar a descida aos infernos: no século II d.C. Luciano de Samosata satiriza essa descida aos infernos no seu Diálogos dos mortos, colocando figuras mitológicas e históricas em engraçadas situações de ridículo.

Já em Match point, claramente inspirado no romance Crime e castigo, de Dostoievski, o personagem Chris, tomado pelo desejo de conforto e pela ambição de status, após cometer a brutal decisão de assassinato, justifica seu ato com uma frase de Sófocles, o célebre autor de tragédias clássicas: “nunca ter nascido é a maior dádiva de todas”.

No filme Melinda and Melinda, mas uma vez se faz presente o teatro grego, a história é movida pela diferença de gêneros narrativos (ou as duas modalidades de teatro grego): a tragédia e a comédia. Em uma mesa de restaurante, um grupo de amigos discute a condição humana, e se a melhor maneira de dar conta artisticamente disso seria a forma trágica ou a forma cômica. O filme então se desenvolve com a encenação de duas histórias semelhantes, sobre uma mulher problemática chamada Melinda. As duas histórias paralelas têm mais ou menos os mesmos personagens, porém sob óticas diferentes: numa das histórias temos uma Melinda vivendo algo como um enredo de comédia romântica, em situações engraçadas, onde a experiência humana é tratada com ironia, sarcasmo. Na Poética, Aristóteles aponta como um dos traços distintivos da comédia em relação à tragédia o fato daquela tratar de “homens inferiores”; assim é nesta história: o homem apaixonado por Melinda é um ator frustrado, além de ser traído pela mulher. Na outra história há uma aposta nos elementos trágicos da existência humana: Melinda é amarga e insegura, e vive experiências que a levam a tornar-se ainda mais triste.

Ao utilizar tal material em suas obras, Allen procede numa atualização da literatura e dos mitos dos antigos gregos, fazendo-os renascer em outro contexto, absolutamente diverso do contexto em que tais mitos foram concebidos. Ainda assim, vemos que nossa semelhança com os antigos gregos é grande, já que tais mitos são significativos e falam profundamente de problemas de todos nós.

Tanto no drama quanto na comédia, o cineasta procura evidenciar personagens de caráter questionável, desencadeando dessa forma possíveis catástrofes, acrescenta tragédia e mitologia grega para exprimir sentimentos contemporâneos em seus enredos, sentimentos esses que são vividos ainda nos dias de hoje. Allen através da arte cinematográfica nos faz estabelecer importantes relações com nosso passado.

Como Junito de Souza Brandão afirma, “Com o recurso da imagem e da fantasia, os mitos abrem para a Consciência o acesso direto ao Inconsciente Coletivo. Até mesmo os mitos hediondos e cruéis são da maior utilidade, pois nos ensinam através da tragédia os grandes perigos do processo existencial”. É dessa forma que o mito grego, apesar de hoje não mais explicar a origem do mundo, continua presente em nosso imaginário.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Ilíada e suas repercussões homéricas

Homero, autor da Íliada e Odisséia.

Paula Starke


Aproximadamente oito séculos antes de Cristo: essa é a época em que provavelmente o poeta grego Homero teria vivido. É descrito como um velho cego que vivia a cantar seus versos e sobrevivia daquilo que lhe davam os seus ouvintes. Segundo Pierre Vidal-Naquet, em O Mundo de Homero, a única razão pela qual o consideravam cego, era porque a falta de visão na época era associada a uma memória excepcional. Tanto se cogitou sobre o assunto que chegaram até a concluir que o poeta usava óculos!

Mas de qualquer forma é a ele a quem devemos dois dos maiores poemas épicos da história, a Ilíada e a Odisséia. Apesar disso, algumas dúvidas quanto à autoria e a veracidade do que é narrado ainda se estendem devido à falta de registros suficientes da época. Os manuscritos aos quais se tem acesso são bem posteriores e a poesia épica era oral e tradicional. Não se julgava necessário registrar obras literárias, tudo era composto ‘de cabeça’.

Mas vamos ao que interessa. A Ilíada tem mais de 15 mil versos em hexâmetro dactílico (esquema rítmico que tem como unidade métrica o dáctilo, formado por uma sílaba longa seguida de duas breves). Talvez justamente para manter a métrica é que tantas frases se repetem. As apresentações dos personagens, acompanhadas de certa “genealogia” tornam a aparecer a todo o momento. “Dos pés ligeiros”, “do elmo reluzente”, “filho de Atreu” ou “semelhante aos deuses” são bem usados. Mas alguns mais inusitados como “dos olhos bovinos” ou “do peito cabeludo” também tem espaço.

A Ilíada também é um conjunto de pequenas partes; qualquer canto visto de forma isolada ainda fará sentido. É pouco provável, portanto, que a obra tenha ficado livre de ‘adições’ com o passar do tempo. Não há como se saber da verdade; simplesmente não se dispõe de registros suficientes para saber se a Ilíada surgiu de vários autores, de vários tempos, ou se realmente se originou da mente do enigmático Homero.

Quanto à veracidade do que se narra na Ilíada, também há inúmeros questionamentos. Não se pode dizer com certeza que a Guerra de Tróia ocorreu. A arqueologia fez desde então incontáveis descobertas, mas é praticamente impossível fazer o poema épico concordar plenamente com alguma escavação.

A narrativa se inicia com o desentendimento entre Aquiles, maior guerreiro aqueu, e Agamenon, rei de Micenas e Argos, e chefe dos heróis gregos. A ira sentida por Aquiles é o principal foco da história; se deu quando alguns infortúnios assolaram os gregos por culpa de Agamenon.

Para vingar seu sacerdote que teve a filha capturada por Agamenon, Apolo desce do Olimpo carregando seu arco e suas setas, dispara contra os homens gregos e lhes manda a peste.

É aí que percebemos o papel dos deuses no poema. Apolo atua como qualquer outro personagem, apesar de ser um imortal. Uma verdadeira personificação das divindades. O incomum, portanto, não está no fato dos deuses terem seus preferidos e intercederem por eles, mas em se envolverem fisicamente. Além de aparecerem em sua própria forma, às vezes vêm disfarçados de mortais, conhecidos ou desconhecidos.

Uma das obras cinematográficas baseadas no poema é Tróia, de Wolfgang Petersen, 2004. No filme os deuses não aparecem convivendo com os mortais ou se manifestando fisicamente. São apenas objeto de sua fé. São citados e há estátuas suas, mas jamais atuam ao lado dos mortais.

Há também outras diferenças de enredo, o que é comum quando se trata de adaptações para o cinema. A Ilíada termina com os funerais de Heitor, morto por Aquiles por vingança. Heitor havia matado seu amigo Pátroclo (no filme Pátroclo é primo de Aquiles). Já em Tróia a batalha continua, mostrando inclusive o Cavalo de Tróia, “presente” dos gregos, que acabam por ganhar a guerra. O longa possui um elenco de galãs e uma série de alterações que eram necessárias para torná-lo um sucesso de bilheteria. O que, aliás, não ocorreu.

Enfim, a ira de Aquiles se tornou “exemplo” com o passar do tempo de como esse sentimento pode resultar em egoísmo, destruição e morte. O que foi posteriormente considerado um dos pecados capitais, já era representado por Homero aproximadamente oito séculos antes. Tanto é que Aquiles só retornou à guerra de Tróia quando “refocalizou” sua raiva, o que é de fato representado em ambas as obras.


A verdade sobre Tróia, lançado por Hollywood em 2004.




sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Atenção: 20 e 21 de novembro - II Ciclo de filmes: MIitologia Grega


A partir de agora estaremos divulgando textos relacionados à Mitologia Grega, assunto do ciclo de filmes deste semestre, programado para os dias 20 e 21 de novembro próximo. Em breve, mais informações sobre a programação e as inscrições.



Equipe Cinemas e Temas

Mitologia grega e seus seres fantásticos

Édipo e a Esfinge - Gustave Moreau, 1864.


Caroline Wilt Araújo



Dentro da mitologia grega encontramos inúmeros seres fantásticos que “recheiam” as narrativas. Essas figuras pitorescas não são humanas nem tampouco deuses. São seres lendários, que tem significado e lhes é atribuída menor ou maior importância dentro do contexto em que aparecem. Esses seres podem ser vistos como bons ou ruins, tudo depende da interpretação que se faz. Os mitos, os deuses, enfim, as narrativas mitológicas de modo geral foram objetos de interesse e de crença para alguns povos durante muito tempo. Sabe-se que muitas dessas narrativas são permeadas por conflitos dos mais diferentes gêneros. Esses conflitos, bem ou mal, sempre nos trazem algum valor a ser refletido e os seres muitas vezes também apresentam situações e embates que requerem reflexão.
Podemos citar alguns desses seres, que ficaram conhecidos também em nossa cultura popular. De início, relembremos da sempre comentada Medusa, que é conhecida por seus cabelos de serpente. Ela, que antes era uma jovem bela e vaidosa, foi privada de seus encantos ao disputar sua beleza com a da deusa da sabedoria, Minerva. Tornou-se um monstro terrível, tanto que quem se atrevesse a encará-la nos olhos tinha por infortúnio ser petrificado.
Outras criaturas famosas são os gigantes. Eram vistos na mitologia como seres brutais, com características sobrenaturais e capacidade de amedrontar os homens. Havia aqueles que não se diferenciavam tanto dos homens, tanto em tamanho como em amores e lutas, havia também aqueles cujos membros eram uma mistura de partes de animais e havia aqueles que tinham a capacidade de guerrear com os deuses. Foram gerados por Geia para vingar os Titãs.
Não podemos esquecer-nos da Esfinge que ficou conhecida com a imortal tragédia de Édipo rei, de Sófocles, em que era considerado um monstro dotado de asas que afligia a cidade de Tebas. Ela foi mandada a Tebas por Hera como punição ao crime de Laio, pederasta. Tinha a parte inferior de seu corpo como à de um leão e a superior como a de uma mulher. Propunha, cantando, um enigma, que, aliás, é fundado com muita Inteligência, aos viajantes garantindo que ficariam a salvos assim que respondessem. “Qual é o animal que de manhã anda com quatro pés, à tarde com dois e à noite com três?” Esse era o enigma que foi resolvido por Édipo filho de Laio, com a seguinte resposta:
“É o homem, que engatinha na infância, anda ereto na juventude e com ajuda de um bastão na velhice”. A esfinge sentindo-se derrotada jogou-se de um rochedo.
Uma criatura que teve importância dentro de várias narrativas foi Pégaso. Nasceu do sangue de sua mãe Medusa que foi morta por Perseu. Foi fruto de uma aventura entre ela e o rei das águas Posseidon. É um cavalo alado que ajudou Perseu na sua luta por Andrômeda. Foi também aquele que ajudou Belerofonte na luta contra Quimera. No episódio em que Belerofonte tenta usá-lo para aproximar-se do Olimpo, Zeus interfere fazendo com que Pégaso derrube Belerofonte que morre então. Vale citar que no filme Hércules, animação da Disney sob direção de Ron Clements e John Musker, Pégaso aparece como peça-chave para que Hercules alcance suas metas.
Os Centauros, segundo Thomas Bulfinch, eram os únicos monstros mitológicos que conviviam plenamente com o homem, podendo estar sempre na companhia um do outro. Apresentavam admiráveis virtudes, o que favorecia suas relações com os homens. Seus corpos eram metade homem, metade cavalo. Apesar do triste episódio ocorrido no casamento de Píritos e Hipodâmia, em que um centauro abusou do vinho e tentou violentar a noiva e infelizmente os outros centauros seguiram o exemplo, nem todos se comportavam dessa maneira grosseira. Quíron e Folo foram dois dos centauros que mais obtiveram destaque, pela sua sabedoria, bondade e senso de justiça.
Foram apresentadas aqui algumas das criaturas fantásticas que descobri nas narrativas mitológicas. Entrar em contato com obras que tratam do assunto, como as de Junito de Souza Brandão, Marcio Pugliesi, Thomas Bulfinch entre outros, é viajar no tempo e conhecer um mundo incrível, cercado por beleza e encanto, oposições entre o bem e a mal, fantasia rodeada de apelo à reflexão ao comportamento de nós, meros mortais.


Abaixo o trailer de Percy Jackson e the Olympians: The Lightning Thief (2010)



sábado, 29 de agosto de 2009

Rota de Colisão

Bruno Scuissiatto



O estopim foi acesso por Hector Babenco em 1981 com Pixote – A Lei do Mais Fraco. Passado pouco mais de duas décadas o diretor nos apresentou Carandiru. Anterior a este tivemos Cidade de Deus, do diretor Fernando Meirelles. Porém, foi com o longa Tropa de Elite, de José Padilha, lançado em 2006 que o cinema policial ganhou discussões além das fronteiras das mesas redondas cinéfilas.
Chegamos a 2009 e acaba de chegar às locadoras de todo país Rota Comando, um filme do estreante diretor Elias Junior. Orçado com apenas 550 mil reais, um valor distante de uma produção cinematográfica, o longa tem 2h14, e foi uma adaptação do livro Matar ou Morrer de Conte Lopes, atualmente deputado estadual pelo estado de São Paulo, mas que anteriormente foi capitão da Rota.
A ação do filme se concentra nos habituais crimes e perversidades presentes na cidade: crimes, trafico de drogas, estupros e logicamente o efetivo do batalhão de choque da Polícia Militar de São Paulo.
Não estabelecer proximidades entre Rota Comando e Tropa de Elite é aparentemente superficial demais, pois ambos são adaptações de livros escritos por comandantes da ROTA e BOPE. E, a concentração das cenas é envolta aos comandantes e suas equipes, na tarefa de eliminar os crimes e proteger a cidade.
Lançado com diretamente para as locadoras, o longa saiu com uma tiragem de 20 mil, porém se acredita que o número de cópias seja muito maior pela pirataria na cidade de São Paulo.
O filão que ficou adormecido por quase vinte anos, se tornou um mercado altamente rentável para o cinema nacional. Assuntos que agradam imensamente o público presente em salas de cinema, ou mesmo em casa, em suas leituras muitas vezes estáticas, e também as discussões mais amplas de ordem sociológica feitas sempre em torno destas produções. Se o termo “favela movie” ganhou força com Cidade de Deus e Cidade dos Homens, com Tropa de Elite e o novo Rota Comando ficamos com o termo “PM movie”. Além do cinema, a televisão e o teatro tem apresentado nos últimos anos produções baseadas nestes filmes, ou mesmo nos temas, basta recordar do Força Tarefa e a Lei é o Crime, e da excelente montagem teatral Salmo 91 (adaptação do livro Estação Carandiru).
A fórmula do cinema policial nacional esta montada, resta saber se a equação será cumprida a regra do que se espera de um bom filme: boas interpretações, montagens e fotografia. De resto ficamos com a imagem do cinema policial, resta saber se não o bastardo.





segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Garapa

Bruno Scuissiatto






Desta vez o plano de ação não é o Rio de Janeiro com suas orlas belíssimas, favelas que merecem ser chamadas de neofavelas, muito menos um comandante que tenta abrir os olhos da corporação para a corrupção dentro da PM. Após a fórmula vitoriosa do “violência movie”, o diretor José Padilha lança Garapa, um documentário social sobre à fome do ponto de vista de quem realmente a sente.
A produção começou a ser concebida em 2001 durante uma conversa entre Padilha e seu sócio na Zazen Produções, Marcos Prado. Porém precisou ser interrompida após a liberação do edital para a produção do longa Tropa de Elite.
Com a duração de 110 minutos, Garapa traduz de maneira contundente a situação de precariedade de muitas famílias no país. Parecemos que ao assistirmos o filme voltamos às produções realizadas durante o Cinema Novo, principalmente ao filme Vidas Secas, adaptação do romance homônimo de Graciliano Ramos realizado pelo diretor Nelson Pereira Santos em 1963. Fatores não faltam: crítica da realidade brasileira, som mono, fotografia em preto e branco.
Se em Ônibus 174 o diretor precisou apenas ligar a sua câmera na janela do seu escritório e captar as mais de quatro horas e meia do seqüestro, em Garapa ele precisou se dirigir até o Ceará, lugar onde acompanhou a saga de três famílias. O processo para a montagem foi à gravação de mais de 45 horas. (vide sinopse abaixo)
A curiosidade sobre a produção do filme é que ela foi formada apenas por cinco profissionais que estiveram no nordeste. O contato com ações não governamentais da região é que escolheu as famílias para serem retratas no documentário.
O nome do documentário é intencional, pois Garapa é uma mistura de água com açúcar, ou rapadura, preparada pelas famílias para alimentar as crianças.
Mais uma vez Padilha consegue fazer com um documentário a realidade superar a ficção.


Segundo a ONU, mais de 920 milhões de pessoas sofrem de fome crônica no mundo. O impacto desses números depende da nossa compreensão do que significa “passar fome”. Geralmente, os meios de comunicação discutem a partir de uma perspectiva macroscópica, debatendo as causas ambientais, geográficas, econômicas e políticas da fome. Embora este debate seja fundamental, continuamos, no entanto, sem saber como é a vida das pessoas que passam fome. Para que se compreenda o real significado do problema, é necessário conhecê-lo de perto.
GARAPA é o resultado dessa preocupação. O filme é fruto de mais de 45 horas de material filmado por uma pequena equipe que, durante quatro semanas, acompanhou o cotidiano de três famílias no estado do Ceará.
À frente dessas famílias estão Rosa, Robertina e Lúcia – mulheres que, diante das condições mais adversas buscam estratégias de sobrevivência.

Link do site oficial do documentário.

http://www.garapaofilme.com.br/



sábado, 25 de julho de 2009

Cinefilô - Cinema e Filosofia


Bruno Scuissiatto



Foi lançado no Brasil com tradução de André Telles pela editora Jorge Zahar o livro - Cinefilô, do escritor francês Ollivier Pourriol. O autor foi um dos convidados da última edição da Flip (Festa Literária Internacional de Parati) na mesa intitulada: Cinema e Filosofia.

Pourriol trata na obra das fusões entre imaginação e racionalidade, usando como exemplos alguns enredos fílmicos muito cultuados no mundo, como: Clube da Luta, Colateral e o Sexto Sentido. A sua análise é feita com auxilio das teorias de Descartes (inaugurou o racionalismo na Idade Moderna , com o seu: Penso, logo existo) e Spinoza (contrário de Descartes, Spinoza achava que a
emoção só pode ser suplantada por outra emoção – jamais
pela razão
).

Abaixo uma pequena entrevista do autor durante a sua participação na Flip.



Como surgiu a idéia de ensinar filosofia com a ajuda do cinema?


Comecei a utilizar o cinema em sala de aula no último ano do colegial, depois continuei numa sala de cinema. Foi uma experiência, iniciada em 2006, no cineclube MK2 da Biblioteca de Paris. O sucesso foi imediato e me permitiu realizar quatro séries de conferências. Não se trata simplesmente de ensinar filosofia por meio do cinema, mas de confrontar cinema e filosofia. Muitas vezes, é o cinema que nos esclarece sobre a filosofia, graças ao seu poder de identificação.


Por que escolheu trabalhar com a filosofia de Descartes e Spinoza?


Comecei por Descartes e Spinoza, pois ambos buscaram um meio de universalizar seu pensamento ao lhe conferir uma forma democrática. Democrática não quer dizer fácil, mas acessível. Descartes escreveu em francês em vez de usar o latim. E Spinoza escreveu à maneira dos geômetras, more geometrico. Escolhi-os também porque Descartes e Spinoza utilizam a metáfora do olho e da visão para falar da atividade do espírito. Descartes fala de intuição, de ideia clara e distinta, da luz da razão... Spinoza diz, acerca das demonstrações, que elas são “os olhos da alma”. Eu quis “ver” se essa metáfora devia ser levada a sério e se podia ser fecunda, por exemplo, para compreender os movimentos de câmera no cinema. Não se pode dizer que Descartes privilegie a razão e Spinoza, a emoção. Spinoza é tão racionalista quanto Descartes. O que é interessante é que Descartes é um filósofo da liberdade, ao passo que Spinoza é um filósofo da necessidade. Quis explorar essa dissonância e dar-lhe vida através do cinema.Por outro lado, esse livro é a primeira etapa de um projeto mais amplo, uma vez que há quatro anos venho trabalhando igualmente com Hegel, Kant, Rousseau, Alain, Michel Foucault, René Girard, Michel Serres... e sobre temas como a representação das catástrofes, a manipulação na democracia, a saúde, a criação nas ciências e na arte.


Como os filmes são usados no ensino de filosofia? Cada um é associado a um conceito distinto? O senhor poderia dar um exemplo?


Em Colateral, de Michael Mann, Tom Cruise personifica um matador profissional. Há uma cena numa boate em que cada movimento de câmera corresponde a um preceito do método cartesiano: ideia clara e distinta (do desfocado à definição), divisão da dificuldade (zoom), invenção de uma ordem não natural (montagem), enumeração (panorâmica). É delicado resumir, ainda mais sem estar assistindo ao filme, e eis por que no livro proponho uma montagem de trechos de filmes com descrições e diálogos, numa ordem que permite construir a ideia.



O livro pode ser encontrado nas livrarias do país todo, como também direto no site da própria editora: http://www.zahar.com.br/




sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ciclo sobre a Morte no CINEMAS E TEMAS



Foi exibido nos dias 29 e 30 de maio último, o Ciclo de Filmes Sobre a Morte, no auditório central da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Nele tivemos a presença de aproximadamente 150 participantes participando sempre de um debate no final conduzido pelo professor Fábio. O primeiro longa a ser exibido foi Ponette - À ESPERA DE UM ANJO (França/1996), do diretor Jacques Doillon. O filme foi aclamado no Festival de Veneza de 1996, quando a atriz Victoire Thivisol de quatro anos foi premiada com o prêmio de melhor atriz no Festival. Na tarde do dia 29, tivemos a exibição de um filme marco do expressionismo alemão - A Morte Cansada (Alemanha/1921). Fechamos a mostra à noite com a exibição do aclamadissimo Gritos e Sussuros (Suécia, 1972) do diretor Ingmar Bergman. O filme venceu o Oscar de Melhor Fotografia, além de ter sido indicado em outras 4 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Figurino. Além dos filmes de sexta, o ciclo durante a manhã de sábado a película do diretor Hirozaku Kore-Eda - Depois da Vida (Japão, 1998). O fechamento foi realizado no Cemitério São José em Ponta Grossa com a palestra “O cemitério como fonte para estudos sobre a morte nas artes e nas ciências humanas e sociais”, conduzida pelo estudiosos cemiteriais [1] Maristela Carneiro e [2] Fábio Augusto Steyer.





[1]Professora Maristela Carneiro – UNICENTRO. Autora de obra sobre o Cemitério São José.
[2]Professor Fábio Augusto Steyer - UEPG. Professor do Departamento de Letras e pesquisador de cemitérios há mais de 15 anos. Co-autor do livro: “Cemitérios do Rio Grande do Sul – Arte, Sociedade, Ideologia”.

Neste link você encontra um trecho do filme Ponette - À espera de um anjo.


Comunicações no CIEL

Algumas pesquisas feitas sobre o produto cinemetográfico pelos participantes foram apresentados em comunicações durante o V CIEL.

A MORTE COMO TEMÁTICA DA OBRA DE EMÍLIO DE MENESES - Franciele Schmeider

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURANTES DA OBRA LITERÁRIA DE TELMO VERGARA -Fábio Augusto Steyer

COMO TRABALHAR A ORALIDADE NAS AULAS DE LITERATURA NO ENSINO FUNDAMENTAL PARTINDO DO LIVRO DIDÁTICO - Ediclelaine Aparecida Melo

O FLUXO DE CONSCIÊNCIA EM "UM CORPO QUE CAI", DE ALFRED HITCHCOCK - Bruno Scuisiatto

TELMO VERGARA E CLARICE LISPECTOR – "ESTRADAS PERDIDAS" E VOZES DO INEFÁVEL - Flavia Almeida Silva

LITERATURA E CINEMA: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE PARA ‘BENJAMIN’, DE CHICO BUARQUE, E SUA ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA" - Thais Woiciechowski


Mostra de filmes do V CIEL



Durante o V CIEL entre nos dias 29 e 30 de abril de 2009, no Campus Central da UEPG, ocorreu uma mostra de filmes, organizada pela equipe do CINEMAS E TEMAS DA UEPG. A programação foi:

29/04

OSCAR NIEMEYER – A VIDA É UM SOPRO(Brasil, 2007, 90 min.)Direção: Fabiano Maciel.

MENSAGEIRO DE HOTEL(EUA, 1925, 20 min.)Direção: Ted Burnsted.

ILHAS URBANAS (Brasil, 2005, 41 min.) Direção: Flávia Seligman.

30/04

DEUS EX-MACHINA(Brasil, 1995, 25 min.)Direção: Carlos Gerbase.

SOU EU MESMO(Brasil, 2006, 33 min.)Direção: João Guilherme Barone.

UM CÃO ANDALUZ(Espanha, 1928, 17 min.)Direção: Luis Buñuel e Salvador Dali.

UM HOMEM SÉRIO(Brasil, 1996, 20 min.)Direção: Dainara Toffoli e Diego Godoy.

CERTOS OLHARES(Brasil, 2008, 34 min.) Direção: Flávia Seligman.

A Mostra de Filmes do CIEL 2009 teve como objetivo principal apresentar aos participantes do evento uma diversidade de filmes que, de uma ou outra forma, estimulam a reflexão sobre a linguagem. Afinal, este é o tema do evento, representado aqui através de uma pluralidade de manifestações estéticas realizadas no plano da imagem.Assim, iniciamos a mostra com um raro filme de Oliver Hardy, da dupla “O Gordo e o Magro”, ainda do período mudo, quando a linguagem cinematográfica propriamente dita recém estava nascendo. A radicalização dessa linguagem aparece na primeira experiência surrealista da história da Sétima Arte, realizada por Luis Buñuel e Salvador Dalí – “Um Cão Andaluz”.Dois premiadíssimos curtas brasileiros, dirigidos por Carlos Gerbase, Dainara Toffoli e Diego Godoy, também estão presentes na mostra: obras cuja marca foi justamente a inovação estética, além da ampla repercussão nacional e internacional. A literatura não poderia ficar de fora, e homenageamos o poeta Mário Quintana através de um carinhoso documentário, que é pura poesia feita através de imagem.A linguagem da arquitetura é explicada nos seus mínimos detalhes pelo nosso maior mestre no assunto: trata-se de Oscar Niemeyer, para quem “A Vida é um Sopro”. E nossa conferencista de abertura, uma cineasta, obviamente não poderia faltar. Completam a mostra dois documentários de Flávia Seligman, uma das mais destacadas diretoras e pesquisadoras de cinema do Brasil atual.

Proposta do Cinemas e Temas

Após uma médiametragem, o Blog do CINEMAS E TEMAS UEPG está disponibilizado na grande rede. Aqui você encontrará, além dos assuntos relacionados ao projeto, também, dicas de cinema em geral.


Seja bem vindo ao blog.
Equipe CINEMAS E TEMAS UEPG.





Desde sua invenção e consolidação como produto artístico, com linguagem e características próprias, e também midiático, o cinema vem adquirindo uma importância sociocultural cada vez maior em todo o mundo. As múltiplas possibilidades de relações entre o cinema e outras áreas de conhecimento têm se mostrado como oportunidades relevantes para estimular a reflexão e o pensamento crítico sobre os mais variados temas de nossa realidade, nos seus mais diversos aspectos. No entanto, pelas próprias características do mercado cinematográfico mundial, envolvidos aí os processos de produção, distribuição, exibição e recepção dos filmes, a Sétima Arte carece de reflexões mais aprofundadas e menos fragmentadas. Isso pode ser feito, por exemplo, através da análise em conjunto de obras que tratam dos mesmos temas ou de vários filmes do mesmo diretor ou ator, etc. A idéia deste projeto é justamente esta: reunir pessoas interessadas em discutir e analisar de forma mais aprofundada alguns temas e suas relações com o cinema. Isso será feito a partir da reflexão sobre alguns importantes filmes da história do cinema, exibidos em blocos temáticos, e de suas relações entre si e com outras obras, numa proposta interdisciplinar que contemple áreas próximas ao cinema, como Letras, Comunicação, História, Psicologia, etc. Desta forma, espera-se estimular a pesquisa e a reflexão sobre as relações entre o cinema e outras áreas de conhecimento, tanto em termos de temáticas quanto com relação às diferentes linguagens envolvidas.
Em princípio, cada ciclo temático será realizado no decorrer de um semestre, contemplando quatro sessões, sendo exibidos quatro filmes (um por mês). Em cada sessão, haverá uma apresentação do filme, feita pelo professor coordenador e pelos membros da equipe, e um debate entre os participantes, realizado após a exibição. Será fornecido certificado de 16 horas para os participantes de cada ciclo temático. Os blocos temáticos escolhidos foram os seguintes:
CINEMAS E TEMAS – MORTE (1º semestre de 2009) CINEMAS E TEMAS – MITOLOGIA GREGA (2º semestre de 2009) CINEMAS E TEMAS – LITERATURA POLICIAL – AGATHA CHRISTIE (1º semestre de 2010) CINEMAS E TEMAS - ALFRED HITCHCOCK (2º semestre de 2010).
O Projeto Cinemas e Temas é destinado aos alunos de graduação e pós-graduação em Letras, Jornalismo, História e áreas afins, além de interessados em geral. Serão quatro blocos temáticos (um por semestre), sendo oferecidas 35 vagas para cada ciclo de cinema, totalizando cerca de 140 pessoas atendidas.




Coordenador: Prof. Dr. Fábio Augusto Steyer.
fsteyer@uol.com.br