sábado, 27 de março de 2010

Sobre a primeira sessão dos "Diálogos Entre Literatura e Cinema"...

Foi com auditório cheio que começamos os "Diálogos Entre Literatura e Cinema", hoje, dia 27/03, na sala B-108 do campus central da UEPG.
Entre 14 e 17h30min de uma tarde nublada e chuvosa, assistimos ao épico "Ran", um dos clássicos de Akira Kurosawa, inspirado em "Rei Lear", de Shakespeare.
Conduzindo o debate, o professor Ricardo Nardes Correa, que em seu TCC abordou justamente as relações entre as obras de Shakespeare e Kurosawa.
Ótimo público e debate bastante produtivo.
Obrigado pela participação de todos!!!


Equipe do Cinemas e Temas.

Livro expõe cadernos de rascunho inéditos de Agatha Christie

DO SITE UOL/em 27/03/2010
Alicia García de Francisco

Torquay (Reino Unido), 27 mar (EFE).- "O Caso dos Dez Negrinhos" e a "Morte na Praia", dois dos romances mais famosos de Agatha Christie (1890-1976), poderiam ter um final diferente, como mostra um livro que analisa os 73 cadernos de rascunho da autora.
A complexa simplicidade dos romances de Christie é revelada através das dezenas de cadernos que a autora encheu com suas anotações, objeto de estudo do irlandês John Curran em "Agatha Christie's Secret Notebooks" ("Os cadernos secretos de Agatha Christie", em tradução livre), ainda não publicado em português.
Curran, especialista na obra de Agatha Christie, a escritora que mais vendeu livros no mundo - 2 bilhões de exemplares em 45 idiomas, segundo seu site oficial -, passou quatro anos analisando os rascunhos.
"Eu sabia da existência dos cadernos, mas nunca, nem em meus melhores sonhos, cheguei a pensar que acabaria lendo eles um dia e publicando um livro sobre eles", explicou Curran à Agência Efe em Torquay, cidade natal da escritora. Foi ali perto, na residência de verão dos Christie, que o especialista estudou os 73 cadernos conservados.
As anotações são "completamente caóticas". Às vezes a autora começava tratando de um livro e saltava para outro algumas páginas depois. E em alguns casos, ela retomava ideias inacabadas dez anos depois.
"No meio dos rascunhos, havia, por exemplo, listas de presentes", explica Curran. Segundo ele Christie era caótica e trabalhava ao mesmo tempo em várias histórias, o que lhe permitiu escrever 80 livros entre romances e relatos e uma dúzia de peças de teatro.
Com exceção de seis livros, todos os romances da escritora são abordados nos cadernos. O trabalho de Curran nos permite saber, por exemplo, que em "O Caso dos Dez Negrinhos" - o livro policial mais vendido de todos os tempos - a autora pensou, a princípio, em contar com oito personagens, depois 12 e finalmente os dez da história original.
E, segundo as anotações de Christie, qualquer um deles pode ser o assassino. No caso de "Os Cinco Porquinhos", desde o início a autora teve claro quem seriam os personagens, mas não quem seria a vítima ou o assassino. Já para "Morte na Praia" ela pensou em diversas alternativas para quem eram os assassinos e suas motivações.
O trabalho de Curran traz à tona uma série de detalhes que nos permitem conhecer a fundo o trabalho preparatório de uma escritora de tão grande destaque como Christie.
"A maioria dos leitores acham que ela começava a escrever os livros do começo ao fim e que em um mês já tinha uma romance pronto. Mas meu livro mostra a quantidade de trabalho que há por trás dessas histórias", explica Curran.
Christie "tinha ideias, mudava de opinião, voltava do final ao início, colocava um personagem como assassino e depois colocava outro. E às vezes parava tudo isso e começava de novo com uma ideia anterior, levando em conta cada possibilidade da trama".
Com este livro, o especialista acredita que os fãs de Christie terão uma ideia melhor de como ela realizou suas obras e de como elas são complexas.
"Muitos de seus livros foram construídos sobre premissas muito singelas. Alguém é assassinado, vítimas em ordem alfabética, alguém isola um grupo de pessoas em uma ilha e mata um por um".
Mas, segundo ele, "o fato de que pareçam tão simples para o leitor demonstra que há muito trabalho em sua criação". É a arte de uma autora que para Curran é "a melhor escritora de livros de detetives", um gênero que se caracteriza por um tipo de história na qual o leitor consegue as chaves para resolver o mistério.
"Ninguém nunca fez isso tão bem como Agatha Christie. Não considero que ela seja uma grande romancista de crimes, mas foi a melhor escritora de histórias de detetives da história".
Junto aos milhares de detalhes que encantarão os mais fanáticos, estão dois contos inéditos com Poirot como protagonista.
"A Captura de Cérbero" deveria ter sido publicado em 1947 dentro da série de contos conhecida como "Os trabalhos de Hércules", mas foi desprezado pela revista "The Strand". Segundo Curran, a revista o rejeitou provavelmente por tecer um retrato curioso de Adolph Hitler refletido em um personagem chamado Hertzlein.
É um relato que aborda uma transformação pacífica do ditador, muito diferente do segundo conto, "O Caso da Bola do Cão", um exemplo mais clássico do estilo de Christie, descoberto apenas em 2004.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Cenários de Agatha Christie ainda centram visitas em região inglesa

120 ANOS DE AGATHA CHRISTIE
DO CADERNO DONNA/JORNAL ZERO HORA
25/03/2010 0 CLICRBS
Alicia García de Francisco



Idílicas e muitas vezes sinistras, as paisagens do condado de Devon, na Inglaterra, inspiraram a 'rainha do suspense' Agatha Christie e hoje, 120 anos após o nascimento da escritora, são um dos principais atrativos da região.
Greenway, a casa de veraneio da família Christie; a ilha de Burgh, onde a escritora se inspirou para uma de suas histórias mais famosas, O Caso dos Dez Negrinhos; e Torquay, onde nasceu: todos esses lugares, antes comuns, se tornaram ponto de interesse de turistas.
Para este ano estão programadas em todo o país diversas homenagens à escritora, celebrações que começarão em 15 de setembro, data dos 120 anos de seu nascimento, e se prolongarão durante 12 meses, até o 4ª Festival Agatha Christie.
O festival está marcado em Torquay para entre 12 e 19 de setembro e a cada ano recebe mais visitantes, como explicaram à Agência Efe os responsáveis pelo setor de turismo da pequena cidade no sudoeste da Inglaterra. Nela, Agatha Christie viveu grande parte de sua infância e adolescência.
Mas os fãs da escritora que forem ao condado podem se deparar com muitas coisas mais. Exemplo é o Grand Hotel, onde ela passou a noite de núpcias com o primeiro marido, Archibald; o Museu de Torquay, que abriga um ala dedicada à escritora; e o Teatro Princess, aonde costumava ir.
Em frente ao teatro, há o Pier da Princesa, uma bela construção com partes em madeira na qual a jovem Agatha costumava patinar com os amigos. O Hotel Imperial, onde Agatha Christie narra cenas de pelo menos dois de seus muitos livros, é outra parada obrigatória para os fãs, segundo explica John Curran, especialista na obra e autor de um livro sobre a escritora.
Tudo isso em uma idílica cidade litorânea cuja placidez é cenário perfeito para os crimes mais retorcidos saídos da imaginação da escritora, quando a noite cai ou, simplesmente, quando chove, algo mais que comum na região.
Isso também acontece com a imponente casa de Greenway, qualificada por Agatha Christie como "o lugar mais adorável do mundo", mas que sob o habitual nevoeiro e a persistente chuva se assemelha mais ao descrito pela romancista em Os Cinco Porquinhos.
A casa foi cedida pelo neto da escritora, Matthew Prichard, ao chamado National Trust – que administra os locais de grande interesse cultural. Em fevereiro de 2009, foi aberto ao público, com um enorme sucesso traduzido em 90 mil visitantes em seus primeiros 12 meses de funcionamento.
Conservada exatamente como na época em que a escritora era viva, a casa também possibilita que os visitantes vejam objetos que a inspiraram na criação de alguns relatos. E quem ficar com ainda mais vontade pode até se alojar nos apartamentos habilitados no terceiro piso da mansão, com uma capacidade para dez pessoas pelo preço de entre US$ 1.700 e 4 mil por semana, segundo explicou à Efe Margaret, uma das guias voluntárias que contam com paixão a história da casa e de Agatha.
Após a visita a Greenway, duas paradas obrigatórias para os fãs de Hercule Poirot e Miss Marple: a preciosa Dartmouth, onde ela escreveu seu primeiro romance O Misterioso Caso de Styles, e a ilha de Burgh, em cujo hotel se inspirou para O Caso dos Dez Negrinhos.
A minúscula ilha fica isolada pela maré durante a metade do dia e é coroada por um hotel com vistas espetaculares e decorações art decó que casam a perfeição com o estilo Agatha Christie. Mas para poder visitar o exclusivo lugar é preciso reservar um jantar de luxo ou se alojar em um dos quartos ao módico preço de US$ 535. No pacote, o direito de se imaginar protagonista de um dos famosos contos de Agatha Christie.