domingo, 22 de maio de 2011

CINEMAS E TEMAS PARTICIPA DA SEMANA DE LETRAS 2011 DA UFPR

Na próxima semana, o Cinemas e Temas estará representado na Semana de Letras da UFPR: 
 
SESSÃO 16
COMUNICAÇÃO COORDENADA – ESTUDOS LITERÁRIOS
QUARTA-FEIRA, 25/05/2011
SALA 1009
10:20-12:25

STEYER, Fábio Augusto
CINEMAS E TEMAS
O objetivo desta sessão coordenada é apresentar as diretrizes e ações concretas do projeto de
extensão e pesquisa "Cinemas e Temas", vinculado à PROEX e ao Departamento de Letras
Vernáculas da Universidade Estadual de Ponta Grossa, coordenado pelo Prof. Fábio Augusto
Steyer. Além das atividades de extensão realizadas pelo projeto em 2010 e 2011, nesta
sessão serão apresentadas algumas das pesquisas individuais realizadas pelos membros do
projeto (alunos do curso de graduação em Letras), especialmente sobre as relações entre
Literatura e Cinema.
 
CARZINO, Maíra
XEQUE-MATE: VIDA, MORTE E NARRATIVA
SOB A PERSPECTIVA DO JOGO DE XADREZ
O objetivo deste trabalho é analisar os filmes "A Morte Cansada" (Alemanha/1921), de Fritz
Lang, e "O Sétimo Selo" (Suécia/1956), de Ingmar Bergman, a partir da linguagem e das
características específicas do jogo de xadrez, tendo como enfoque principal as relações entre
as temáticas da vida e da morte e as narrativas das obras em questão.
O estudo das personagens e suas ações no enredo dos filmes, tendo como fio condutor o
enxadrismo, proporciona um interessante debate sobre questões ontológicas e axiológicas
essenciais ao ser humano, como, por exemplo, as estratégias usadas para a manutenção da
vida e para a luta contra a morte, "xeque-mate" definitivo do qual nenhum ser humano pode
escapar.

MACHADO, Amanda Antunes
CRIMES E PECADOS SEM CASTIGOS:
WOODY ALLEN E DOSTOIÉVSKI EM DIÁLOGO
O romance Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski, possui uma riqueza infindável, não
somente para a literatura russa e universal, mas também para qualquer área que busque
retratar questões humanas. A atualidade e a relevância das obras de Dostoiévski fazem com
que ainda hoje escritores e também cineastas contemporâneos retomem nuances existenciais
de sua obra. O cineasta nova-iorquino Woody Allen com freqüencia estabelece relações com
a literatura em seus filmes, faz referências a obras ou escritores importantes. Essas
referências muitas vezes estão nos diálogos de seus personagens, ou até mesmo no título de
seus filmes. O presente trabalho é parte de um projeto de pesquisa e extensão que pretende
tratar das relações entre o cinema e as diferentes áreas do conhecimento. Nesse momento,
pretendemos analisar a influência da obra de Dostoievski no filme Crimes e Pecados, de
Woody Allen, verificando alguns aspectos da relação entre a questão moral e a transgressão
da lei. Para isso, contaremos com o apoio de alguns teóricos da psicanálise, como Freud e
Lacan, e autores da filosofia, Kant e Nietzsche. Pretendemos também abordar uma
investigação dos discursos ideológicos e das vozes sociais presente em ambas as obras,
recorrendo assim, à obra crítica e teórica de Bakhtin.

SCHONBERGER, Priscila
IDENTIDADE E MEMÓRIA NO CONTO LA INTRUSA
Imaginar o passado para entender o presente são recursos que a literatura e o cinema usam,
entre outras perspectivas, transpor história e identidade. Tais transposições são discutidas em
torno da ação mnemônica imutável que, atualmente, são pensadas de novas formas. A
comunicação proposta é analisar as relações intertextuais no trabalho da adaptação do conto
La intrusa, componente do livro O informe de Brodie, de Jorge Luis Borges (1970) para o
cinema (1979), dirigida por Carlos Hugo Christensen, com o propósito de pormenorizar o
conceito de memória, principalmente no resgate dos gaúchos da Argentina e dos gaúchos do
Brasil, de modo construir uma melhor compreensão das produções culturais.
10:20-12:25
 
SCUISSIATTO, Bruno
O ANTIFILME EM O SIGNO DO CAOS, DE ROGÉRIO SGANZERLA
O diretor Rogério Sganzerla se notabilizou pela forma autoral na produção dos seus filmes,
realizados normalmente com poucos recursos e baixo orçamento, algo que contraria grande
parte das produções fílmicas. Ao longo de sua trajetória no cinema, Sganzerla dirigiu mais
de 26 filmes, entre curtas, médias e longas metragens, com destaques para O Bandido da Luz
Vermelha (1968), Mulher de todos (1969), Copacabana meu amor (1970), Sem essa, aranha
(1970). A proposta desta comunicação é analisar O Signo do Caos, último longa-metragem
de Sganzerla, considerando a definição de antifilme na construção do filme. Nesta película
as imagens surgiram antes do roteiro, além disso, o recurso da dublagem é utilizado,
passando uma ideia de falsidade narrativa. No filme existe uma forte crítica do cinema
dentro do cinema, uma espécie de "metacinema", tornando O Signo do Caos um produto de
crítica contra o próprio segmento em que o filme está enquadrado. Algumas falas dos
personagens durante o longa-metragem refletem isso: "esse filme jamais poderá ser
julgado", "Brasil não produz cinema", "filmes civilizados e milionários são ruins", "a
verdade é mais estanha que a ficção".

STARKE, Paula
A LITERATURA E O CINEMA DE ALFRED HITCHCOCK
Não há como acreditar que, um dia, Literatura e Cinema se desvincularão. Desde suas
origens, o Cinema busca fundamento em produções literárias diversas. Do mesmo modo, a
Literatura passou a sofrer influência da construção cinematográfica, mais recentemente.
Em meio a esse constante diálogo, notam-se adaptações fílmicas consideradas medíocres que
foram construídas a partir de obras-primas da Literatura universal, tal qual livros ditos
"populares" acabaram se tornando longas-metragens clássicos, eternizados na memória do
espectador.
Dentro deste último modelo, enquadra-se, perfeitamente, a obra do aclamado diretor Alfred
Hitchcock. François Truffaut, ao entrevistar o cineasta, sugere que Hitchcock "remanejava"
romances populares até que estes se tornassem verdadeiras obras hitchcockianas, o que de
fato ocorria. Por acreditar que obras-primas da Literatura eram obras completas, imutáveis,
Hitchcock trabalhava a partir de uma Literatura destinada à recreação, trivial.
Este trabalho pretende, através desta afirmação, descrever a relação do diretor com a
Literatura, como Hitchcock não se atrevia a adaptar obras literárias importantes, mesmo
quando muitos assim o desejavam, para construir cinema através de romances mais simples.
E, ainda, como o diretor transformava estas modestas obras em longas-metragens
enriquecedores, surpreendentes e, não raro, considerados obras de arte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário