Cão sem dono foi o último filme roteirizado por Aquino.
Certamente se você frequenta cinemas no Brasil ou mesmo faz o papel de locatário em finais de semana, isso que normalmente nos sobra dentro dos compromissos diários, já teve contato com o nome de Marçal Aquino. Esse paulistano de Amparo tem uma estreita relação com o cinema, como roteirista escreveu para diversos filmes produzidos no cinema nacional na última década.
Os seus roteiros podem ser vistos em filmes como Os Matadores (1997), que inaugurou uma das suas parcerias dentro do universo do cinema com o diretor Beto Brant. Com a direção de Brant vieram Ação entre amigos (1998), O invasor (2001), Crime Delicado (2005) e Cão Sem Dono (2007). Outro diretor que costuma dialogar com os roteiros de Aquino é Heitor Dhalia, que produziu Nina (2004) e O Cheiro do Ralo (2006).
Para um leitor ou espectador de cinema atento será fácil perceber a relação inerente de Aquino com o cinema e a literatura. Da sua filmografia grande parte das produções são roteiros adaptados de obras da literatura brasileira contemporânea, como em O Invasor, escrito pelo próprio roteirista, Crime Delicado, à partir do livro de Sérgio Sant' anna, Cão Sem Dono, adaptado dos contos de Até o Dia em que cão morreu de Daniel Galera e Nina, uma visão moderna do romance Crime e Castigo de Dostoiévski.
Uma faceta que muitas vezes pode passar despercebida pela velocidade da contemporaneidade é de grande produtor de literatura. Seguir de uma tradição do conto brasileiro, Aquino tem uma produção de grande alcance dentro da geração de 90 da literatura brasileira. Vencedor do Jabuti de 2001 com os contos de Amor e Outros Objetos Pontiagudos, recebeu diversos outros prêmios com suas outras obras. Produziu também Faroestes e Famílias Terrivelmente Felizes e as novelas O Invasor e Cabeça a prêmio.
Seu último trabalho no campo literário foi o romance Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. O minimalismo do enredo é algo visceral, com a aplicabilidade da polifonia dentro da voz narrativa, o discurso dos defeitos, estes muito mais simpáticos que as qualidades. Como herança da escola de Rubem Fonseca, Dalton Trevisan e João Antônio nos é mostrada na visão do narrador Cauby o envolvimento com uma sociedade que muitas vezes está escondida, mas todos sabem onde está. Dentro de uma narrativa não linear, com puxetas de uma teoria do fluxo da consciência descritas por ali, o romance nos persuade alternar no mesmo viés realidade e imaginação dos personagens. Esse talho tão comum ao cinema aparece de forma magistral dentro do romance. Talvez, a partir de um convite, mais uma produção fílmica será produzida. Pois mesmo sendo criações totalmente diferentes, a literatura e o cinema dialogam de certa forma, ainda mais para Aquino que conseguiu construir uma trama amarrada nos moldes da narrativa cinematográfica.
A aproximação da urbe é um traço importante dentro de muitos dos seus outros contos. Em um país em que o tom autoral muitas vezes acaba esquecido, Aquino consegue seja pelos roteiros ou por sua literatura uma factualidade de seus tempos de jornalista.
Os seus roteiros podem ser vistos em filmes como Os Matadores (1997), que inaugurou uma das suas parcerias dentro do universo do cinema com o diretor Beto Brant. Com a direção de Brant vieram Ação entre amigos (1998), O invasor (2001), Crime Delicado (2005) e Cão Sem Dono (2007). Outro diretor que costuma dialogar com os roteiros de Aquino é Heitor Dhalia, que produziu Nina (2004) e O Cheiro do Ralo (2006).
Para um leitor ou espectador de cinema atento será fácil perceber a relação inerente de Aquino com o cinema e a literatura. Da sua filmografia grande parte das produções são roteiros adaptados de obras da literatura brasileira contemporânea, como em O Invasor, escrito pelo próprio roteirista, Crime Delicado, à partir do livro de Sérgio Sant' anna, Cão Sem Dono, adaptado dos contos de Até o Dia em que cão morreu de Daniel Galera e Nina, uma visão moderna do romance Crime e Castigo de Dostoiévski.
Uma faceta que muitas vezes pode passar despercebida pela velocidade da contemporaneidade é de grande produtor de literatura. Seguir de uma tradição do conto brasileiro, Aquino tem uma produção de grande alcance dentro da geração de 90 da literatura brasileira. Vencedor do Jabuti de 2001 com os contos de Amor e Outros Objetos Pontiagudos, recebeu diversos outros prêmios com suas outras obras. Produziu também Faroestes e Famílias Terrivelmente Felizes e as novelas O Invasor e Cabeça a prêmio.
Seu último trabalho no campo literário foi o romance Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. O minimalismo do enredo é algo visceral, com a aplicabilidade da polifonia dentro da voz narrativa, o discurso dos defeitos, estes muito mais simpáticos que as qualidades. Como herança da escola de Rubem Fonseca, Dalton Trevisan e João Antônio nos é mostrada na visão do narrador Cauby o envolvimento com uma sociedade que muitas vezes está escondida, mas todos sabem onde está. Dentro de uma narrativa não linear, com puxetas de uma teoria do fluxo da consciência descritas por ali, o romance nos persuade alternar no mesmo viés realidade e imaginação dos personagens. Esse talho tão comum ao cinema aparece de forma magistral dentro do romance. Talvez, a partir de um convite, mais uma produção fílmica será produzida. Pois mesmo sendo criações totalmente diferentes, a literatura e o cinema dialogam de certa forma, ainda mais para Aquino que conseguiu construir uma trama amarrada nos moldes da narrativa cinematográfica.
A aproximação da urbe é um traço importante dentro de muitos dos seus outros contos. Em um país em que o tom autoral muitas vezes acaba esquecido, Aquino consegue seja pelos roteiros ou por sua literatura uma factualidade de seus tempos de jornalista.
Prosa:
O invasor
Faroestes
O amor e outros objetos pontiagudos
As fomes de setembro
Miss Danúbio
Cabeça a prêmio
Família terrivelmente felizes
Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios
Roteiros:
Os Matadores
Ação Entre Amigos
O Invasor
Nina
O cheiro do ralo
Cão Sem Dono
Bruno Scuissiatto
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