sábado, 15 de maio de 2010

Hercule Poirot em ação mais uma vez

  Assassinato no Expresso do Oriente - ponto alto na filmografia baseada em Agatha Christie




Caroline Wilt Araújo

Agatha Christie vem através de décadas encantando e arrebatando milhares de fãs por todo o mundo. Ela, mais do que qualquer outra mulher, ganhou muito dinheiro com o crime. Seus editores perderam as contas da vendagem de seus livros, tamanho é seu sucesso. Além das obras publicadas com o sobrenome usual Christie, produziu ainda peças com o pseudônimo de Mary Westmacott, além de escrever narrativas sobre suas inúmeras viagens com o nome de casada, Agatha Christie Mallowan.
 Uma das obras de grande sucesso da autora foi Assassinato no Expresso do Oriente, originalmente lançado em 1933. Nela, a grande estrela da trama é ninguém mais, ninguém menos que o detetive belga Hercule Poirot.
 A trama se passa no Expresso do Oriente, propriedade da Companhia Internacional Wagons-Lits, que durante seu percurso, em meio a situações adversas, acaba parando no meio de seu trajeto devido a intensa neve. É nesse meio tempo, que um crime acontece, um homem, Ratchett, é encontrado morto em sua cabina com 12 facadas e alguns objetos deixados propositalmente ao seu redor, o que leva o dono da companhia, Monsieur Bouc a solicitar os trabalhos de Poirot, que é seu velho amigo, para que solucione o mistério antes da chegada da polícia.
 Durante a trama, nos deparamos com personagens de várias nacionalidades e posições sociais, e que, ao desenrolar dos fatos vão apresentando sutilmente terem muito em comum: o convívio com a família Armstrong, a qual está diretamente ligada ao crime ocorrido no trem.
 Assassinato no Expresso Oriente, (Murder on the Orient Express, EUA, 1974), sob a direção de Sidney Lumet, é uma produção cinematográfica que expressa com lealdade e riqueza de detalhes aquilo que se passa no livro em que foi baseado. Muitos são os casos de filmes que deixam a desejar quando procuram representar um livro, porém, neste caso, pode-se dizer que a essência do livro encontra-se claramente na tela.
 Hercule Poirot, tanto no livro quanto caracterizado brilhantemente por Albert Finney, surpreende mais uma vez pela sagacidade, dedicação e acidez com que consegue resolver o crime. Finney conseguiu captar a personalidade única do detetive belga, tornando-o por momentos, cômico, mas sem perder a seriedade com que realiza seu trabalho. Sua excentricidade é marcante mais no filme do que no próprio livro, em que aparecem seus cuidados excessivos com a aparência, suas manias. Dono de uma mente extraordinária, Poirot conta com a ajuda de seu amigo e dono da companhia Mounsieur Bouc, no filme, Sr. Bianchi, e com o médico que estava a bordo do outro vagão, o Pullman, Doutor Constantine. Enquanto estes tentavam deliberadamente achar logo um culpado, Poirot utiliza suas técnicas, seus jogos psicológicos para só no fim dizer suas conclusões, o que na verdade, surpreende não somente os leitores, mas também os próprios personagens, como se vê ao final da obra.
 O longa conta com a participação de artistas de peso, como Albert Finney,  Sean Connery, Anthony Perkins, Ingrid Bergman, Jacqueline Bisset, entre outros.
 As duas obras com certeza fazem jus ao nome dado a Agatha por suas criações sobre crimes, Rainha do Crime. O clima é envolvente do começo ao fim, prendendo a atenção e surpreendendo ao final. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário